Você já percebeu que tomar consciência de nossos hábitos de consumo e compreendê-los é muito importante para a qualidade de vida, a saúde financeira da família e a sustentabilidade do planeta.
Analise ao seu redor sua família, amigos e inclusive você. Já se deu conta de que todos descartam com muita facilidade e que muitos produtos são facilmente descartáveis porque anualmente há um novo modelo com funções novas, câmeras mais definidas, coleções de roupa e cores que mudam a cada estação e muitas outras “novidades”? Aí dá aquela vontade de ter o último modelo do celular X, apesar de o seu ainda estar muito bom e, em menos de quatro anos, você já ter trocado de celular.
Isso acontece com outras coisas também. Uma geladeira ou fogão podem durar de dez a 15 anos! Mas dá aquela vontade de ter tudo novinho na cozinha (pergunte a uma dona de casa se isso não é verdade). Esse é o tipo de mentalidade consumista característica de nossa sociedade. As trocas por produtos novos nos dão uma satisfação interna muito grande e de realização também, e temos de saber controlar essas ondas de emoção! Outros agravantes podem ser pontuados para que um produto seja trocado: falta de cuidado com sua conservação e manutenção; sistema de crédito que facilita a compra; falta de planejamento de prioridades (e, assim, não se pensa duas vezes e se faz a compra). Então, além de as empresas serem mais éticas no descarte de resíduos sólidos, nós também precisamos pensar em nossas ações.
Os produtos são feitos de matéria-prima, que invariavelmente é proveniente da natureza. Os recursos naturais são finitos, assim como o dinheiro que ganhamos no trabalho, ao passo que nossa capacidade de consumir é infinita. No final, essa conta não vai fechar.
Controlar os gastos de forma mais consciente e inteligente quer dizer estabelecer prioridades; em hipótese alguma é sinônimo de se privar das coisas boas da vida.
Se você gosta de comer um lanche com os amigos, não precisa ir toda semana, pode procurar alguns lugares que ofereçam promoções em dias específicos, ou seja, não é necessário deixar de ter esse prazer, e sim equilibrar o prazer e a necessidade. Analisar as despesas representa rever os gastos e cortar alguns, com certeza.
Por isso, em primeiro lugar é preciso saber o que é necessário para manter a vida. Habitação, comida, roupas, higiene, amor, amizade. Você pode ter qualquer sonho, mas para alcançá-lo é fundamental aprender a estabelecer prioridades, objetivos e planos. Caso sua tolerância para encarar a frustração do adiamento de um desejo for zero, seus desejos imediatos serão realizados, e aquilo que é importante, não! O que isso significa? Acontece que, se você desejar algo que foi lançado no mercado recentemente, provavelmente esse objeto de desejo não foi planejado nem por você e, muito menos, por sua família. Outro aspecto é que esse objeto de desejo, no furor do lançamento, tem um preço superestimado, porque todo mundo está atrás dele, ou seja, esse desejo vai sair muito caro! Lembre-se: dinheiro é uma mercadoria escassa; se não souber usar, vai faltar!
Para economizar é preciso fazer escolhas. Mesmo que não sejam perfeitas, serão adequadas se os objetivos em mente forem claros e com o máximo de informações. Planejar, escolher e controlar suas despesas é o caminho para assumir o controle de sua vida financeira e ter qualidade de vida
Seu amigo encontrou o tênis dos sonhos, mas custa bem caro. Quais conselhos você daria a ele?
- Juntar o dinheiro para comprar à vista?
- Pedir aos familiares que comprem no cartão em várias vezes?
- Procurar um tênis mais barato?
- Sair da loja e pensar melhor se realmente é disso que ele precisa?
BELINTANE, MARIA. Eu e o dinheiro, Editora Adonis, 2019.p. 8, 9.
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