Decisões Econômicas

Você sabe o que são decisões econômicas?

Decisões econômicas estão em todas as ações realizadas cotidianamente e não dizem respeito somente às questões financeiras. Elas estão relacionadas à maneira de decidirmos agir em situações que precisamos administrar, seja no trabalho, em casa, no relacionamento com as pessoas: filhos, marido, colegas, amigos, parentes, família e outras situações que envolve o ser humano.

Quer alguns exemplos?

Os exemplos a seguir foram elaborados a partir do relato de duas mulheres em relação ao seu cotidiano. Provavelmente você tenha exemplos semelhantes. O importante é que você consiga identificar situações parecidas e que nunca tinha parado para pensar antes deste momento.

1 – Existe intencionalidade econômica quando você decide separar as roupas para lavar, entre escuras e claras; toalhas de banho e lençóis. Vários são os motivos para você ter feito isso: as roupas não mancham; diferentes tipos de tecido não são misturados; as roupas se mantêm novas por mais tempo; economia de tempo na hora de passar; diminui significativamente os fiapos nas roupas; economizamos um tempo significativo nos afazeres domésticos.


O tempo extra que você teve pode ser utilizado em outras atividades, que vão desde outros afazeres até dedicar um tempo maior para os filhos. Quanto ao dinheiro, ele foi poupado, com certeza, mesmo não tendo visibilidade imediata.

2 – Você resolve ler o livro de história para seu filho, antes de dormir. Esse tempo de trinta ou quarenta minutos é o que você iria utilizar para organizar algo na cozinha, colocar roupa para lavar ou qualquer outra coisa. Preferiu investir o seu escasso tempo numa atividade que não tem a mesma aparência prática que as outras citadas, pois tem um sentido afetivo para você e para seu filho.

Aqui é possível considerar que a qualidade do tempo investido é impagável.

Todas essas decisões foram econômicas. Na maioria das vezes, elas ocorrem sem a devida consciência.

Tempo e dinheiro – recursos escassos

Se você colocar na ponta do lápis todas as coisas que quer fazer e todas as que quer comprar, perceberá que não tem tempo e dinheiro suficientes.
Tempo e dinheiro são recursos escassos e, para administrá-los, precisamos tomar decisões econômicas. Quanto mais informações temos a respeito de algo que queremos fazer, mais adequada será nossa decisão econômica.

O caso da caixa

Você assiste a um vídeo de alguém decorando uma caixa de madeira e, depois do trabalho, o resultado ficou lindo. Você viu como foi “simples”, quase que como um passe de mágica. Você pensou consigo mesmo: “Eu consigo fazer isso!” Eu não duvido que realmente você consiga fazer. Aí você resolve comprar todos os materiais necessários.

Mesmo sem ter feito a primeira caixa, tomada(o) por uma vontade intensa de fazer uma surpresa para amigos queridos e, aproveitando que está na loja, compra seis caixas. Ao chegar em casa, você não sabe por onde começar. Revê o vídeo e observa, com mais calma, que o processo para decorar, requer uma organização e tempo muito maiores do que imaginou no primeiro momento. Junta todos os materiais e diz a si mesma(o): “No final de semana, vou pensar nisso”. Esse final de semana nunca chegou e, um belo dia, você se depara com uma sacola de coisas que nem se lembra direito porque comprou.

Gostaria de apontar algo muito importante em relação ao ser humano: ele pensa de forma mais rápida do que age e as primeiras ações são mobilizadas por emoções.

Veja, no caso da caixa, uma ideia pode ser maravilhosa: fazer um artesanato, presentear pessoas queridas com algo que fizemos, mas, muitas vezes, tomamos uma decisão que realmente não é a mais adequada para aquele momento (ou qualquer outro momento). E, no caso da decoração da caixa, foram gastos tempo e dinheiro desnecessários, porque não houve uma pausa para pensar e elencar tudo o que realmente possibilitaria a sua execução além da compra dos itens a serem utilizados, ou seja, organização, tempo para aprender, exercitar o aprendizado e outros detalhes inerentes.

O dinheiro pode comprar o que você deseja e, ao fazer isso, você tem uma boa sensação. Isso é explicado pelo neuromarketing, quando você compra algo que quer muito, o cérebro dispara serotonina, hormônio do prazer.

Podemos ajudar a nós mesmos, quando paramos para analisar e tomar consciência das decisões econômicas e das emoções que, usualmente, são pouco eficientes. Assim, vamos nos organizando mentalmente para agir com mais clareza e melhorar a qualidade de nossas vidas.

Referências

BELINTANE, M.; CANTELLI, V. Educação para o consumo consciente: uma proposta inovadora. Americana, Adonis. 2019.

KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar – duas formas de pensar. Editora Objetiva, 2011.

WARD, Scott. Consumer socialization. The Journal of Consumer Research. v.1, n.2, sep. 1974. p.1-14. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/2489100 Acesso 20 ago. 2009. 23:46.


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