Principais ideias da live do dia 01/06/2020
Convidada Profª Drª Andréa Patapoff Dal Coletto
Disponível: Instagram: @maria.belintane
YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=8LixbUoN70Q
Resiliências é quando a pessoa, independente da idade, consegue lidar com problemas, superar os obstáculos e adaptar-se as mais diversas situações.
A resiliência diz respeito como a pessoa consegue controlar as emoções diante de muitos e intensos sofrimentos.
Resiliência é uma competência socioemocional que necessita ser urgentemente potencializada diante da complexidade do atual cenário mundial em virtude da pandemia. É, portanto, necessário que se revise a formação do educador e considerar nas discussões educacionais o conceito da resiliência, para que professores de qualquer nível/ano de ensino tornem-se mais confiantes, conscientes e bem preparados para enfrentar o reinício das atividades escolares e contribuir e amenizar as tensões e ansiedades frente ao novo cenário que irão se deparar nas escolas.
Ter como “utopia” a existência de uma educação que garanta a formação do aluno em todos os seus aspectos, alimenta nossos sonhos e faz com que sejamos resilientes aos desafios da profissão do educador.
Competências socioemocionais
O caminho para uma educação de qualidade pede muito esforço, perseverança dos professores da educação infantil ao ensino superior. É um compromisso de educar para transformar.
Quando falamos de qualidade precisamos considerar que este é um termo polissêmico, ou seja, existem vários âmbitos que percorrem a qualidade da educação.
Nesse contexto, vamos conversar sobre o que são competências, como podem contribuir para uma educação de qualidade, o porquê das competências gerais da Educação básica e as competências socioemocionais, sendo uma delas a resiliência.
Competência não é a mesma coisa que habilidade embora, caminhem juntas. Para resolver problemas matemáticos, por exemplo, tenho uma competência que se supõe que seja de ordem matemática, de ordem funcional do dia a dia. É preciso ter a habilidade de calcular e interpretar.
Uma competência requer várias habilidades, para se resolver um problema de matemática é preciso saber ler, interpretar, estabelecer relações com as inúmeras operações lógicas matemáticas, abstrair. A competência, de forma geral, ajuda a tomar decisões a partir do estabelecimento de relações. A competência é desenvolvida de acordo com a solicitação do meio, de acordo com o ambiente que a pessoas está inserida. São as experiências vividas que favorecem a construção de competências. É a partir do estabelecimento de relações que a competência vai se integrando do meu sistema de significação.
Competência não é ensinada e tem uma relação muito forte com aspecto afetivo.
Competências e a BNCC
É fato que as crianças têm um espaço cada vez mais reduzido para brincar e socializar com outras crianças. A BNCC, diante desse quadro apresenta a escola que transforma a realidade e que busca a formação integral. Não uma escola que ensine, mas uma escola que valorizara a amizade, o brincar, as relações, então é preciso desenvolver um de conjunto de habilidades por meio de uma aprendizagem significativa. Desde a LDB já havia o comprometimento de um trabalho pedagógico por competência.
Isso significa que é preciso estar comprometido com uma aprendizagem significativa para a vida, não apenas para passar de ano na escola. Devemos estar comprometidos com a formação um sujeito pleno, não apenas aquele que sabe fazer contas, ler e escrever, mas aquele que estabelece relações.
Precisamos de ações que envolvam competências para tornar as pessoas capazes de viver, de fazer um projeto de vida, que saibam comunicar-se, serem criativas, colaborativas, que sejam resilientes. Para isso, a escola não pode trabalhar de uma forma compartimentada.
Daí a importância de se trabalhar o respeito ao colega, da empatia ao longo de toda escolaridade. Não adianta contar uma historinha que mostra bonitinho como é que você tem que se comportar. Explicar para o aluno a moral da história não funciona.
A escola precisa buscar coerência em suas ações e, com certeza, não será por procedimentos de lição de moral, punições, sanções coercitivas que realmente se educa a minha criança. A educação infantil clama pela necessidade de ter um ambiente que esteja propício ao desenvolvimento de competências desde a creche. Este (a creche) é o ponto de partida para o desenvolvimento de competências por meio dos vínculos afetivos que a professora estabelece com o bebê. Essas experiências vão refletir para o resto da vida do ser humano.
James Heckman, economista e ganhador do Prêmio Nobel de Economia, fez uma pesquisa longitudinal sobre a primeira infância e descobriu que:
“A maior taxa de retorno do desenvolvimento na primeira infância ocorre quando se investe o mais cedo possível, desde o nascimento até os cinco anos de idade, em famílias carentes. Começar na idade de três ou quatro anos é um pouco tarde demais, pois significa não reconhecer que habilidades geram habilidades de uma forma complementar e dinâmica. Os esforços devem se concentrar nos primeiros anos em busca de maior eficiência e eficácia. O melhor investimento é na qualidade do desenvolvimento na primeira infância, desde o nascimento até os cinco anos, para crianças carentes e suas famílias”. James J. Heckman, 7 de dezembro de 2012.
Um ambiente de qualidade na educação infantil é propício ao desenvolvimento das competências. Esse é um caminho a ser construído e aperfeiçoado, pois nada está pronto, nada está acabado estamos aqui aprendendo discutindo estabelecendo novas relações.
A BNCC traz dez competências gerais e todas são importantes. A maneira como o professor interage no fazer pedagógico cotidiano refletirá consideravelmente no desenvolvimento da criança.
Competência é a capacidade de mobilizar e organizar conhecimentos habilidades. Para atingir as competências socioemocionais é preciso promover um ambiente que tenha intencionalidade pedagógica.
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