Eleições na escola, mais do que um projeto

As eleições estão se aproximando. O fato provoca um movimento grande principalmente nas escolas que se debruçam sobre o assunto e desenvolvem projetos com o tema.

Recentemente, uma mãe veio conversar comigo pedindo orientação para resolver uma situação muito especial. A escola do filho estava desenvolvendo um projeto sobre eleições e fariam uma eleição para o cargo de “representante” da escola. Seu filho resolveu participar. Havia dois candidatos, ele e mais um colega. A campanha para conquistar os votos dos eleitores começou. Mas, o filho dela chegou um dia em casa muito desanimado contando que:

– Sabe mãe, eu acho que não vou ganhar essa eleição. Todo mundo está apoiando o “Fulano”. Ele prometeu sorvete todos os dias, mais tempo no recreio, merenda com batata frita. Todos estão muito entusiasmados e eu acho que isso não dá para prometer.

A mãe conversou com o filho e explicou que isso era “demagogia”, ou seja, manipulação dos sentimentos e paixões das pessoas para obter favorecimento nas eleições.

Orientei a mãe para que fosse à escola conversar. Ela foi e explicou o que o filho lhe havia dito. A acolhida não foi boa e lhe disseram que ela só estava agindo assim porque o filho havia perdido as eleições.

O que importa de tudo isso? O tema “eleições” deve ser trabalhado?

Tudo isto importa e deve ser trabalhado. Várias coisas estão envolvidas quando se trata de eleições: democracia, participação popular, coerência nas ações e promessas, ou seja, é lição de cidadania.

Contínuo acreditando que é, principalmente, na escola o espaço ótimo para trabalhar conflitos, problematizar ações e proporcionar condições para que os alunos reflitam e tomem as melhores decisões, visando o bem-estar de todos.

Quer saber o que penso sobre o caso que citei?! Com certeza os alunos aprenderam que não dá para confiar em promessas insólitas.

Tenho certeza de que a decepção dos alunos por não ter batata frita e sorvete será lembrada por muitos anos e em todas as futuras eleições!


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